Uma professora efetiva da rede municipal de ensino de Tubarão foi afastada de suas funções nesta quinta-feira, dia 3 de agosto, após diversos pais procurarem a direção do Centro de Educação Infantil Theresa da Silva Rosendo (instalações no antigo colégio Visconde de Mauá), no bairro Oficinas, para denunciar supostos maus-tratos provocados pela docente contra seus filhos.
Detalhes das acusações foram relatados – com exclusividade – à reportagem do Portal Infosul. As identidades dos denunciantes serão preservadas.
Em um dos casos, o pai de uma criança de apenas nove meses disse ter ficado alerta ao observar uma situação incomum, que fez ele associar a ocorrência a uma provável agressão. Ele chegou a detalhar o caso à redação, mas pediu que não fosse divulgado para manter o anonimato – um boletim policial foi registrado.
“Já faz algum tempo que meu filho não dorme direito. Ele nunca foi assim; ele fica perturbado, assustado. Não só à noite, mas durante o dia também. Ele se assusta com tudo, como se tivesse realmente sendo maltratado. E, conversando com outros pais, eles disseram que seus filhos também estão assim”, completou o denunciante.
Ainda conforme as declarações feitas à reportagem, outras duas professoras teriam tentado avisar a direção do Centro Infantil sobre o comportamento abusivo da colega. Porém, a diretora teria “passado panos quentes” no assunto. “Uma delas não aguentou e saiu. A outra está sendo coagida. Tem um áudio que é coisa absurda”, conta um pai.
Na sequência, ele detalha o arquivo recebido com o relato da testemunha. “Quando os bebezinhos eram levados ao fraldário, ela (a professora) colocava as fraldas ‘a pulso’. Você sabe: bebê não fica quieto para colocar uma fralda. O meu mesmo não fica. Tem que ser com carinho. Ele é criança, não entende nada. E ela pegava com força, apertava”.
Para alguns dos responsáveis, a direção da escola foi omissa frente às denúncias. “Uma diretora jamais pode deixar de cuidar de seres pequenos, que não tem defesa contra uma pessoa dessas, não”, enfatizou um. “Inclusive, teve uma criança que foi sufocada com uma coberta para poder dormir; tem esse áudio também”, afirmou.
Por lei, câmeras não podem ser instaladas em banheiros, vestiários e assemelhados na modalidade unissex, como é o caso de fraldários. Já nas salas, a creche em questão possui sistema de vídeomonitoramento, mas conforme destacou um dos denunciantes “não estava funcionando”.
O QUE DIZ A FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
O Portal Infosul procurou a diretora-presidente da Fundação Municipal de Educação, Adriana Mariano Rosa, que destacou ter conhecimento das denúncias e que uma reunião com todos os pais da turma já havia sido realizada nesta quarta-feira, dia 2 de agosto.
Segundo ela, a professora alvo das acusações foi devidamente afastada de suas atividades pelo período de 30 dias ou até que o caso seja apurado pela Comissão de Processos Administrativos e o Ministério Público. “Todos os procedimentos legais estão sendo realizados”, acrescentou.
Quanto às imagens de vídeomonitoramento, Adriana se limitou em dizer “Todos esses fatos serão apurados pela Comissão e MP”.
Ela ainda disse que uma nota oficial seria enviada e que a solicitação já havia sido feita ao setor jurídico da Prefeitura de Tubarão.
Em tempo: após o conhecimento de que a professora acusada havia sido afastada, alguns pais solicitaram que a reportagem não fosse publicada. Entretanto, em respeito aos demais que não fizeram esse pedido e também por entender que as acusações são extremamente graves, o Portal Infosul decidiu manter a divulgação ouvindo as denúncias e também a Fundação Municipal de Educação.
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