Sábado, 27 de Abril de 2024
JORNALISMO COM
RESPONSABILIDADE
Layer 2
This is an empty menu. Please make sure your menu has items.

Marcele Bressane | Diagnóstico em TEA: Socialização

Marcele Bressane

29 de novembro de 2023

Share on facebook
Share on whatsapp
Share on twitter
Foto: Mikhail Nilov/Pexels

Conversamos sobre comunicação na última coluna e isto tem inteira conexão com a conversa de hoje. Pois para nos socializarmos, ou seja, interagirmos com outras pessoas, a comunicação tanto verbal, quanto outras comunicações são essenciais. Para criar uma amizade, por exemplo, precisamos saber o nome da pessoa, suas preferencias, vontades e gostos. Precisamos saber onde ela mora, trabalha. Se interessar pelo outro e uma das formas mais fáceis de fazer isso é perguntando, tanto por pergunta falada, quanto escrita.

Uma amizade inicia-se querendo estar com o sujeito, querendo estar na sua presença e se interessar pelas vontades do outro.

Entretanto, se a pessoa tem dificuldades em fazer perguntas e dificuldade de estar rodeado de pessoas, você deve imaginar que ela terá dificuldades em ter amigos, certo? Isso ocorre com diversas pessoas que estão no espectro.

Pessoas com TEA tem muita dificuldade em socialização, sendo este um dos critérios para se avaliar num possível diagnóstico. O critério A diz que para a pessoa fechar o diagnóstico em TEA precisa ter dificuldades na socialização.

E esta dificuldade permeia várias questões. Uma é a chamada bateria social. Muitas pessoas com TEA tem uma baixa bateria social, isso significa que a pessoa tem dificuldades em ficar muito tempo com várias pessoas ao lado. Por exemplo, no Natal, em que há várias interações, conversas, pessoas chamando, isso dá uma sobrecarga no sujeito enorme, e que para se recuperar é necessário, muitas vezes, horas de sono e descanso. Imagina um celular que após várias horas de uso, precisa de uma carga. Mas essas horas, para uma pessoa com TEA, pode ser alguns minutos com pessoas que ele não consegue.

Algo que ocorre que diminui a bateria social é a relação com as regras sociais. Se você pensar, quase tudo que fazemos há regras sociais implícitas e que não são faladas. Por exemplo, alguém já explicou para você que antes de pegar um objeto, é necessário pedir ou se você ver alguém chorando, é importante perguntar como aquela pessoa está ou que depois de ser elogiado, é legal socialmente elogiar o outro. Isso não é necessariamente ensinado, mas imitando os outros, acabamos fazendo. Vemos tantas pessoas fazendo isso, que acabamos fazendo também. Mas as pessoas com TEA tem dificuldades em imitação, assim, esses comportamentos não são aprendidos desta forma e se ninguém os ensinar, eles não saberão. Eles compreendem depois de não perguntar ou não elogiar, que algo está errado, mas as vezes demoram dias para entender o que não foi feito socialmente. Isso cansa, pois o tempo todo, eles precisam interpretar regras que não são faladas e explicadas e que, as vezes, nem fazem tanto sentido para eles.

A socialização é difícil em vários momentos, mas se explicarmos para eles o que queremos, respeitar seus limites e dar previsibilidade social, ajudaremos a uma maior convivência com pessoas com TEA. Diminua o som da música, explique o que será feito na noite, comece no horário combinado, isto, facilita muito uma amizade com pessoas com TEA.

Participe do nosso grupo de WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/IXhqnkE5fa30TJd1Yu8IW7

Nos acompanhe também nas redes sociais: Instagram | Twitter | Facebook

Notícias Relacionadas

Colunistas

Marcele Bressane
Marcela Bressane
Psicologia
Luiz Henrique
Luiz Henrique
Astrologia
Luciellen Lima
Luciellen Lima
Inclusão
Caio
Caio Maximiano
Esporte

Marcele Bressane | Diagnóstico em TEA: Socialização

Marcele Bressane

29 de novembro de 2023

Share on facebook
Share on whatsapp
Share on twitter
Foto: Mikhail Nilov/Pexels

Conversamos sobre comunicação na última coluna e isto tem inteira conexão com a conversa de hoje. Pois para nos socializarmos, ou seja, interagirmos com outras pessoas, a comunicação tanto verbal, quanto outras comunicações são essenciais. Para criar uma amizade, por exemplo, precisamos saber o nome da pessoa, suas preferencias, vontades e gostos. Precisamos saber onde ela mora, trabalha. Se interessar pelo outro e uma das formas mais fáceis de fazer isso é perguntando, tanto por pergunta falada, quanto escrita.

Uma amizade inicia-se querendo estar com o sujeito, querendo estar na sua presença e se interessar pelas vontades do outro.

Entretanto, se a pessoa tem dificuldades em fazer perguntas e dificuldade de estar rodeado de pessoas, você deve imaginar que ela terá dificuldades em ter amigos, certo? Isso ocorre com diversas pessoas que estão no espectro.

Pessoas com TEA tem muita dificuldade em socialização, sendo este um dos critérios para se avaliar num possível diagnóstico. O critério A diz que para a pessoa fechar o diagnóstico em TEA precisa ter dificuldades na socialização.

E esta dificuldade permeia várias questões. Uma é a chamada bateria social. Muitas pessoas com TEA tem uma baixa bateria social, isso significa que a pessoa tem dificuldades em ficar muito tempo com várias pessoas ao lado. Por exemplo, no Natal, em que há várias interações, conversas, pessoas chamando, isso dá uma sobrecarga no sujeito enorme, e que para se recuperar é necessário, muitas vezes, horas de sono e descanso. Imagina um celular que após várias horas de uso, precisa de uma carga. Mas essas horas, para uma pessoa com TEA, pode ser alguns minutos com pessoas que ele não consegue.

Algo que ocorre que diminui a bateria social é a relação com as regras sociais. Se você pensar, quase tudo que fazemos há regras sociais implícitas e que não são faladas. Por exemplo, alguém já explicou para você que antes de pegar um objeto, é necessário pedir ou se você ver alguém chorando, é importante perguntar como aquela pessoa está ou que depois de ser elogiado, é legal socialmente elogiar o outro. Isso não é necessariamente ensinado, mas imitando os outros, acabamos fazendo. Vemos tantas pessoas fazendo isso, que acabamos fazendo também. Mas as pessoas com TEA tem dificuldades em imitação, assim, esses comportamentos não são aprendidos desta forma e se ninguém os ensinar, eles não saberão. Eles compreendem depois de não perguntar ou não elogiar, que algo está errado, mas as vezes demoram dias para entender o que não foi feito socialmente. Isso cansa, pois o tempo todo, eles precisam interpretar regras que não são faladas e explicadas e que, as vezes, nem fazem tanto sentido para eles.

A socialização é difícil em vários momentos, mas se explicarmos para eles o que queremos, respeitar seus limites e dar previsibilidade social, ajudaremos a uma maior convivência com pessoas com TEA. Diminua o som da música, explique o que será feito na noite, comece no horário combinado, isto, facilita muito uma amizade com pessoas com TEA.

Participe do nosso grupo de WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/IXhqnkE5fa30TJd1Yu8IW7

Nos acompanhe também nas redes sociais: Instagram | Twitter | Facebook