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‘Disse que eu era uma nega macaca’, relata professora de Laguna vítima de caso de racismo

infosul

11 de abril de 2021

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Foto: reprodução/Agora Laguna

Quase dez dias depois da celebração do Dia da Consciência Negra, lembrado em 20 de novembro, uma mulher foi vítima de racismo em Laguna. Professora da rede estadual de ensino, Dilsimar da Silva Tereza, 31, mais conhecida como Mana Tereza, estava em um restaurante da cidade com alguns amigos quando foi agredida verbal e fisicamente.

De acordo com o relato postado em uma rede social, Mana Tereza sentiu um líquido escorrendo pelas costas e pernas e ao se virar para trás viu que um homem havia cuspido. “Ele enchia a boca de cerveja, fazia o que parecia um gargarejo e cuspia em minhas costas. A mulher que o acompanhava pediu desculpas alegando que ele nunca tinha feito isso… Quando eu olhava este senhor mostrava a língua e balançava o rosto numa verdadeira cena de horror”, contou.

A educadora e os amigos se afastaram do casal após a cena. “De longe pude observar que ela estava tendo dificuldades pra levá-lo até o carro deles para irem embora, quando eu fui até eles oferecendo ajuda, mas ele não aceitou dizendo em alto e bom som que eu era uma nega macaca”, continuou.

O que mais surpreendeu Mana Tereza foi a reação da mulher. Além de pedir desculpas e se apresentar falando sobre a origem familiar, na tentativa de amenizar o ocorrido, ela lhe ofereceu um emprego. Segundo o depoimento, a esposa do homem teria perguntado se a educadora aceitaria trabalhar na cozinha de um estabelecimento, com bom salário para “ajudar a comprar um leite pro teu filho”.

“Nesse átimo de segundo eu senti uma pressão na nuca e até duvidei que eu estava mesmo ali, ouvindo aquilo tudo. Minha vida acadêmica passou diante dos meus olhos. Lembrei dos cursos de Libras, inglês, minhas faculdades de pedagogia, letras, ciências biológicas, lembrei das minhas pós-graduações todas as quatro. Lembrei quando estudei no Instituto Federal e da minha apresentação do TCC diante da banca com nota máxima… Enfim, a mulher que eu havia me tornado, me esforçado tanto para ser… agora rotulada, diminuída, subalternizada”, comentou Mana Tereza.

O caso foi registrado na delegacia de polícia de Laguna. Para a professora, apesar de lamentável, a situação é vista como motivação para que as pessoas sigam em busca de uma vida digna. “A ocasião só me empoderou mais a seguir me graduando e incentivando outras mulheres negras a ir em busca de uma vida mais digna. Todas podemos!”, concluiu.

RACISMO

Só em Santa Catarina, em 2020, as denúncias de racismo cresceram 13%, conforme números da Polícia Civil. Na cidade de Laguna, um homem foi indiciado na última semana por crime de injúria racial.

Casos como o de Mana Tereza podem ser denunciados à polícia ou ao Disque 100, serviço federal que recebe denúncias de violação de direitos humanos.

Fonte: Agora Laguna

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Quase dez dias depois da celebração do Dia da Consciência Negra, lembrado em 20 de novembro, uma mulher foi vítima de racismo em Laguna. Professora da rede estadual de ensino, Dilsimar da Silva Tereza, 31, mais conhecida como Mana Tereza, estava em um restaurante da cidade com alguns amigos quando foi agredida verbal e fisicamente.

De acordo com o relato postado em uma rede social, Mana Tereza sentiu um líquido escorrendo pelas costas e pernas e ao se virar para trás viu que um homem havia cuspido. “Ele enchia a boca de cerveja, fazia o que parecia um gargarejo e cuspia em minhas costas. A mulher que o acompanhava pediu desculpas alegando que ele nunca tinha feito isso… Quando eu olhava este senhor mostrava a língua e balançava o rosto numa verdadeira cena de horror”, contou.

A educadora e os amigos se afastaram do casal após a cena. “De longe pude observar que ela estava tendo dificuldades pra levá-lo até o carro deles para irem embora, quando eu fui até eles oferecendo ajuda, mas ele não aceitou dizendo em alto e bom som que eu era uma nega macaca”, continuou.

O que mais surpreendeu Mana Tereza foi a reação da mulher. Além de pedir desculpas e se apresentar falando sobre a origem familiar, na tentativa de amenizar o ocorrido, ela lhe ofereceu um emprego. Segundo o depoimento, a esposa do homem teria perguntado se a educadora aceitaria trabalhar na cozinha de um estabelecimento, com bom salário para “ajudar a comprar um leite pro teu filho”.

“Nesse átimo de segundo eu senti uma pressão na nuca e até duvidei que eu estava mesmo ali, ouvindo aquilo tudo. Minha vida acadêmica passou diante dos meus olhos. Lembrei dos cursos de Libras, inglês, minhas faculdades de pedagogia, letras, ciências biológicas, lembrei das minhas pós-graduações todas as quatro. Lembrei quando estudei no Instituto Federal e da minha apresentação do TCC diante da banca com nota máxima… Enfim, a mulher que eu havia me tornado, me esforçado tanto para ser… agora rotulada, diminuída, subalternizada”, comentou Mana Tereza.

O caso foi registrado na delegacia de polícia de Laguna. Para a professora, apesar de lamentável, a situação é vista como motivação para que as pessoas sigam em busca de uma vida digna. “A ocasião só me empoderou mais a seguir me graduando e incentivando outras mulheres negras a ir em busca de uma vida mais digna. Todas podemos!”, concluiu.

RACISMO

Só em Santa Catarina, em 2020, as denúncias de racismo cresceram 13%, conforme números da Polícia Civil. Na cidade de Laguna, um homem foi indiciado na última semana por crime de injúria racial.

Casos como o de Mana Tereza podem ser denunciados à polícia ou ao Disque 100, serviço federal que recebe denúncias de violação de direitos humanos.

Fonte: Agora Laguna

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