O diretor de futebol do Hercílio Luz, Pedro Smania, concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, dia 16, na sala de imprensa do Aníbal Costa. Foram vários assuntos abordados em pouco mais de 30 minutos de conversa.

Em suas primeiras palavras, Smania fez um balanço amplo do trabalho realizado no clube, desde as escolhas feitas no período (contratações, Felipe Moreira e a troca no comando técnico) até o momento atual da equipe no Estadual.

“A autocrítica é importante. Me cobro muito em diversos aspectos. Iniciamos em dezembro, fizemos uma escolha por um profissional que não está mais aqui (Felipe Moreira). Eu participei da escolha, mas estou aqui representando a diretoria no geral. É um profissional bem quisto por nós ainda, mas sofremos no início do Estadual enfrentando clubes mais estruturados, com folhas salariais maiores. Naquele momento, tínhamos um elenco com as peças equilibradas. Tínhamos cinco zagueiros, contando com o Davi (da base). Evidente que tivemos bastante percalços. Iniciamos uma competição numa rota normal nos três primeiros jogos. Ganhamos o Avaí em casa e perdemos duas fora, contra Chapecoense e Criciúma, que são considerados resultados normais, mas não é isso que causa desconforto, e sim os pontos perdidos em casa. Em termos de planejamento e aquilo que foi me dado como tarefa, vem sendo cumprido. Poderíamos estar hoje, considerando os jogos contra Nação e Inter de Lages, no segundo lugar com 14 pontos, mas o futebol não é assim. Ele é feito de resultados. Olhando para o que foi dado como missão, especialmente pra mim, nós estamos cumprindo com o que foi combinado. Precisamos classificar, esse é o objetivo, depois brigar por uma vaga na Série D. Com relação ao elenco, teremos saídas. Talvez esse não seja o momento de fazer isso. O clube não está em momento de crise interna. Precisamos saber quem nós somos e onde estamos. Já temos definidos os nomes que não permanecerão e estamos negociando com novos nomes”, disse Smania.

Smania também respondeu sobre a questão do sistema defensivo, um dos principais temas abordados nos últimos dias. O assunto foi citado pelo técnico Alexandre Lopes na coletiva após o empate em 2 a 2 com o Nação.

“Esse é um dos grandes questionamentos que fazem, se falta zagueiro, o próprio Alexandre (Lopes) tocou no assunto ontem na coletiva. A verdade é que nós tínhamos Wallace, Léo Rigo, o André Baumer, que vinha na transição para o campo e estaria à disposição no máximo na segunda rodada. Nós sabíamos que tínhamos o Igor Silva, que poderia e sempre fez muito bem a zaga. Vimos isso na pré-temporada. E temos mais um menino que estamos preparando e não vamos colocá-lo na fogueira, que é o Davi. Tivemos alguns infortúnios. Léo Rigo no primeiro jogo, Wallace ontem e o André na semana de estreia, teve um inchaço no joelho. Isso nos causou dores de cabeça. Poderíamos ter mais zagueiros? Claro. Poderíamos ter jogadores em todas as posições a mais. Precisamos entender que temos um orçamento. Os clubes grandes do estado possuem orçamento de 1 milhão para cima, o nosso é extremamente menor. Quando o Alexandre Lopes deu o primeiro treino dele, a primeira frase dele foi que o elenco era grande e precisava enxugar. Infelizmente nossos zagueiros lesionaram ontem. Wallace teve uma entorse, o Ruiz teve um trauma em um salto que ele deu. Não foram lesões causadas pela preparação física. A questão é que tínhamos um número considerado que nos atendia, dentro da nossa realidade financeira, que precisamos respeitar. A ideia não é fazer o que a maioria faz, entrar em dívida. Vamos fazer contratações com muita sabedoria para não cometer erros. Estamos negociando e está muito difícil. Os atletas mais bem colocados estão empregados. Temos pré-contrato a serem assinados mas para a Série D. Esses atletas estão jogando Campeonato Paulista, Gaúcho, os estaduais num modo geral e os clubes não liberam”, pontua.

Ainda sobre a questão defensiva, Smania comenta as dificuldades que o clube tem enfrentado no mercado, já que a maioria dos atletas estão empregados. “A contratação de um zagueiro vinha desde a lesão do Léo Rigo. Não queríamos trazer algum jogador e se arrepender. A gente tem monitorado isso. Não somente eu, como o pessoal da análise de mercado que nós trás nomes. Temos conhecimento de mercado, vimos diversos jogos. Inclusive alguns que estão aqui no clube jogamos contra ou trabalhamos juntos. Queremos trazer um zagueiro. Temos alguns entraves. Financeiro ou o clube de origem não liberando. Para o próximo jogo vamos tentar trazer algum. Estamos negociando, mas não é algo simples de resolver. Não tem zagueiro livre no mercado. Estamos negociando com um atleta que está com contratado encerrando no Campeonato Paulista, mas ele só conseguiria chegar no Brasileiro. No momento que estava vindo pra cá, ele me ligou e eu disse que ligaria na sequência. Estamos finalizando um pré-contrato. Precisamos finalizar a negociação para poder falar em nomes”, comenta.

“O clube já possuía um elenco 85%  pronto (ano passado). O que a gente trouxe foi alguns atletas, como o Vinícius Tanque, que foi um acerto, o Tallyson, uma aposta que vem se concretizando. Jovem, com talento. O infortúnio foi o sistema defensivo com um elevado número de lesões”, acrescentou.

Para o jogo contra o Brusque, no domingo, dia 18, em Balneário Camboriú, Smania confirma o retorno de Léo Rigo, que deve ser titular ao lado de Igor Silva na zaga.

“Eu e o Alexandre Lopes ficamos até aproximadamente uma hora da manhã no clube, quebrando cabeça para entender uma coisa ou outra. O Léo Rigo retorna, já está treinando. Não sou o treinador, mas provavelmente é um atleta que vai jogar no domingo. Temos algumas opções de montagem de equipe. Mais atletas vão voltar, que saíram do DM. O trabalho do departamento médico e o da preparação física foi acelerado. Ligeiro e Lazaroni também voltam”, revela.

Sobre a reta final da competição, o executivo avalia que 12 pontos é o recorte para conseguir a classificação para a próxima fase. Contudo, Pedro Smania acredita que encerrando a primeira fase com 14 pontos garante ao Leão do Sul uma condição de classificação ao mata-mata e boa possibilidade de vaga na Série D do Brasileiro de 2025.

“Historicamente nos últimos a pontuação de classificação foi 12 pontos. Temos três jogos pela frente. Fazemos projeções, mas as projeções precisam do jogo. Temos que entrar em campo, vencer o jogo e não olhar mais para a tabela. Temos três finais de campeonato. Essa é a realidade. Acredito que com uma vitória e um empate conseguimos uma pontuação razoável para classificar. A vaga na Série D entra no critério de melhor colocação dentro do mata-mata. A ideia é nos classificar inicialmente e depois, jogo a jogo, dentro do mata, buscar a vaga na Série D do ano que vem”, conclui o executivo.

O Hercílio Luz enfrenta o Brusque neste domingo, dia 18, às 18h, no Estádio das Nações, em Balneário Camboriú, pela nona rodada do Campeonato Catarinense. O duelo será realizado com público. Nos últimos jogos, o MP havia vetado a presença dos torcedores pela falta de estrutura do estádio em que o time do Vale do Itajaí manda suas partidas.

Acompanhe a coletiva na íntegra:

Outros tópicos da coletiva de Pedro Smania:

Apostas, afirmações e perfil de reforços na Série D

– Confesso que não acompanho a imprensa, mas as pessoas comentam comigo. Falam que estamos contratando muitas apostas, mas particularmente eu não concordo. O Vinícius Tanque tem 28 anos, o André Baumer foi destaque no Catarinense passado. De fato, vieram apostas porque é parte do planejamento do clube. Por exemplo, Tallyson é uma aposta, Rafael Tavares é uma aposta, temos ainda Stevanato e o Kevin. Os meninos que vieram da base faz parte da transição eles terem oportunidades, e eles foram bem, casos do Dudu e do Joaquín. Talvez o atleta que precise afirmar um pouco mais tenha sido o Rafael Tavares. Nos treinos, ele chama atenção de todos pela qualidade. Nos dois jogos, acabou sentindo um pouco, não é segredo pra ninguém, até pra ele. O Tallyson trabalhou com Alexandre Lopes na base do Fluminense. São apostas pontuais que a gente sabe que pode render. O Tallyson sai de aposta para realidade. É uma das grandes revelações do clube, quiçá do Estadual. Temos outra afirmações que vieram, a qualidade do Tanque é indiscutível, o André infelizmente acabou não conseguindo estar apto. Precisamos trabalhar nas duas frentes. O Hercílio é um clube formador e precisa gerar caixa. Contratamos atletas rodados e apostas pontuais. Vamos caminhar no mesmo projeto para a Série D. Nós temos um número de atletas que serão apostas e um número que serão de atletas “prontos”. O número de atletas mais novos está no limite, mas a ideia é trazer atletas um pouco mais experimentados sim.

Saídas de atletas

– O futebol é dinâmico. Hoje temos uma definição interna de nomes que a gente entende que devem buscar espaço em outro ambiente. Mas, precisamos ter a gestão do grupo. Qualquer tipo de ruído dentro da gestão, acaba com o vestiário. São três jogos e tudo pode acontecer com relação a atletas que não estariam nos planos, mas voltam a estar nos planos, e vice-versa, pelo desempenho desses três jogos. Já pontuamos quem sai, mas poderemos ter gratas surpresas na reta final.

Departamento de Saúde e Performance do Hercílio Luz detalha sequência de lesões sofridas pelos atletas

Além da presença de Pedro Smania, a entrevista coletiva na sala de imprensa do Aníbal Costa contou com as participações de membros do Departamento de Saúde e Performance do Leão do Sul. O fisiologista Agenor Junqueira e do fisioterapeuta Luizinho Bosqueiro abordaram detalhadamente sobre as situações dos atletas do elenco que estão lesionados.

Substituídos no empate diante do Nação, os zagueiros Wallace e Santiago Ruiz – 10 minutos após sua entrada em campo – estão fora do jogo contra o Brusque. O capitão sofreu uma entorse e o colombiano teve um desconforto muscular após um salto. Carlos Renato também não estará à disposição para enfrentar o Quadricolor fora de casa. O atacante sente um desconforto em virtude de uma fibrose.

Fora há dois jogos, Cleiton também segue no departamento médico. Seu caso é o mais grave. O jogador se lesionou contra o Figueirense após sofrer um tranco. Após consulta com especialistas, foi detectada uma avulsão do tendão do músculo adutor longo. A avulsão é uma desinserção do tendão. O prazo de retorno estipulado é de oito semanas (dois meses).

Com inchaço no joelho, André Baumer também segue fora por pelo menos duas semanas.

Em contrapartida às lesões, o técnico Alexandre Lopes ganha boas notícias. Léo Rigo e Guilherme Lazaroni retornam e devem ir à campo entre os titulares. Anderson Ligeiro também volta a ser opção, mas deve iniciar a partida no banco de reservas.