Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) confirmou, pela primeira vez, a presença do mosquito Haemagogus leucocelaenus no Estado.
O inseto, vetor da febre amarela silvestre, foi identificado em áreas de mata de cinco municípios da região da Amurel: Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna, Braço do Norte, São Martinho e Pedras Grandes.
A pesquisa integra o doutorado da bióloga Sabrina Fernandes Cardoso, natural de Tubarão, doutora em Biologia Celular e Desenvolvimento pela UFSC e principal autora do estudo.
Segundo a especialista, a identificação do mosquito representa um importante alerta em saúde pública, especialmente pelo risco de reintrodução do ciclo urbano da febre amarela em um estado que já enfrenta alta infestação do Aedes Aegypti.
As coletas ocorreram em áreas florestais após a confirmação de mortes de primatas na região, um dos principais indicadores da circulação do vírus.
Ao todo, mais de quatro mil mosquitos foram analisados, com a confirmação definitiva da espécie após exames morfológicos e moleculares realizados em parceria com a Fiocruz.
O mosquito vive principalmente em ambientes de mata e se reproduz em troncos de árvores, o que aumenta o risco para populações que vivem próximas a áreas florestais.
Diante do cenário, os pesquisadores reforçam a importância da vacinação contra a febre amarela, especialmente em comunidades rurais e de borda de mata.
Desde 2018, Santa Catarina é área de recomendação para imunização, disponível gratuitamente pelo SUS, além de medidas preventivas como o uso de repelente e atenção redobrada em períodos de calor e alta umidade.















