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Marcele Bressane: Sociedade do cansaço

Marcele Bressane

19 de outubro de 2021

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Quem está cansado levanta a mão?! Tenho certeza de que a maioria de vocês, levantaram e quem não levantou é porque está tão cansado que teve até cansaço de se levantar. Estamos exaustos, de saco cheio de tudo e de todos. Cansados da rotina, da cobrança, dos afazeres. Até o que antes nos dava prazer, como ler, ver séries, virou competição de quem lê mais, de quem vê mais série. Assim, como não conseguimos ver tudo ou ler tudo, nos sentimos exaustos, tristes e mega incompetentes. Resumindo, chegamos no fundo do poço. E não satisfeitos, continuamos cavando para chegar não sei onde.

Desde crianças somos ensinados que não podemos desistir. Não podemos fracassar numa competição ou torneio. Não podemos deixar de estudar, não podemos nos divertir. Aprendemos vendo nossos pais chegando em casa estressados após o trabalho e sem tempo para brincar, mas sempre dizendo que vale a pena todo o esforço, que é por nós que eles estão fazendo isso, pela nossa educação. Então, precisamos estar agradecidos por eles trabalharem tanto, e nunca estarem conosco para brincar e passar um tempo saudável juntos. Quando adolescentes, as cobranças de “o que você vai fazer no futuro?” já iniciam. Já devemos saber que estudar é o mínimo. Que passar noites sem dormir para se dar bem no vestibular é o que todos fazem, então você tem que passar mais tempo sem dormir para ser melhor que o outro. Mas ao mesmo tempo, você tem que dar conta das(os) namoradas(os), dos amigos e das festas. Porque no Natal irão te perguntar sobre isso também logo após a pergunta sobre sua profissão do futuro. Aprendemos que temos que dar conta da nossa profissão, ter certezas de que ninguém tem. Dar conta de amigos e festas. Estar sempre disponível para responder qualquer pergunta e ter sempre as melhores respostas. Aprendemos a virar robôs.

Quando adultos, já carregamos o quanto o trabalho é essencial e se você quiser vencer na vida, tem que trabalhar enquanto os outros dormem. E quando você dorme? Nunca! Porque enquanto você dorme, o mundo está rolando e você não pode perder nada. então, não dormimos e acabamos nunca falando “não” para “nossas” vontades externas.

No consultório sempre brigo com meus pacientes com a palavra “tenho”. Todos começam a sessão falando das inúmeras coisas que eles têm que fazer. Tenho que estudar. Tenho que ter filhos. Tenho que limpar a casa. Tenho que ser feliz. Tenho. Tenho. Tenho…

Aprendemos que ter é mais importante que quero, que ser.

Estamos cansados, desanimados e para baixo. Precisamos virar a chavezinha do nosso cérebro e recomeçar. Aprender novas formas de viver. Uma vida com menos cobranças e compreender que não conseguiremos fazer tudo que queremos. E que você não precisa ver tudo, ler tudo, saber de tudo, ser a melhor em tudo, para ser feliz. Você só precisa dormir, saber seu limite e sorrir mais. A vida é mais simples do que imaginamos, seja mais simples, com menos cobranças, com menos inimizades com você mesma. Assim, seremos menos cansados para viver, e não só viveremos esperando um final de semana cheio de coisas a serem feitas.

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Quem está cansado levanta a mão?! Tenho certeza de que a maioria de vocês, levantaram e quem não levantou é porque está tão cansado que teve até cansaço de se levantar. Estamos exaustos, de saco cheio de tudo e de todos. Cansados da rotina, da cobrança, dos afazeres. Até o que antes nos dava prazer, como ler, ver séries, virou competição de quem lê mais, de quem vê mais série. Assim, como não conseguimos ver tudo ou ler tudo, nos sentimos exaustos, tristes e mega incompetentes. Resumindo, chegamos no fundo do poço. E não satisfeitos, continuamos cavando para chegar não sei onde.

Desde crianças somos ensinados que não podemos desistir. Não podemos fracassar numa competição ou torneio. Não podemos deixar de estudar, não podemos nos divertir. Aprendemos vendo nossos pais chegando em casa estressados após o trabalho e sem tempo para brincar, mas sempre dizendo que vale a pena todo o esforço, que é por nós que eles estão fazendo isso, pela nossa educação. Então, precisamos estar agradecidos por eles trabalharem tanto, e nunca estarem conosco para brincar e passar um tempo saudável juntos. Quando adolescentes, as cobranças de “o que você vai fazer no futuro?” já iniciam. Já devemos saber que estudar é o mínimo. Que passar noites sem dormir para se dar bem no vestibular é o que todos fazem, então você tem que passar mais tempo sem dormir para ser melhor que o outro. Mas ao mesmo tempo, você tem que dar conta das(os) namoradas(os), dos amigos e das festas. Porque no Natal irão te perguntar sobre isso também logo após a pergunta sobre sua profissão do futuro. Aprendemos que temos que dar conta da nossa profissão, ter certezas de que ninguém tem. Dar conta de amigos e festas. Estar sempre disponível para responder qualquer pergunta e ter sempre as melhores respostas. Aprendemos a virar robôs.

Quando adultos, já carregamos o quanto o trabalho é essencial e se você quiser vencer na vida, tem que trabalhar enquanto os outros dormem. E quando você dorme? Nunca! Porque enquanto você dorme, o mundo está rolando e você não pode perder nada. então, não dormimos e acabamos nunca falando “não” para “nossas” vontades externas.

No consultório sempre brigo com meus pacientes com a palavra “tenho”. Todos começam a sessão falando das inúmeras coisas que eles têm que fazer. Tenho que estudar. Tenho que ter filhos. Tenho que limpar a casa. Tenho que ser feliz. Tenho. Tenho. Tenho…

Aprendemos que ter é mais importante que quero, que ser.

Estamos cansados, desanimados e para baixo. Precisamos virar a chavezinha do nosso cérebro e recomeçar. Aprender novas formas de viver. Uma vida com menos cobranças e compreender que não conseguiremos fazer tudo que queremos. E que você não precisa ver tudo, ler tudo, saber de tudo, ser a melhor em tudo, para ser feliz. Você só precisa dormir, saber seu limite e sorrir mais. A vida é mais simples do que imaginamos, seja mais simples, com menos cobranças, com menos inimizades com você mesma. Assim, seremos menos cansados para viver, e não só viveremos esperando um final de semana cheio de coisas a serem feitas.

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