Na nossa última conversa, falamos sobre a morte e as dificuldades que temos em reconhecer esta fase que todos irão passar. Hoje falaremos sobre a vida e algo essencial para continuarmos vivo: a respiração. Se queremos enganar mais a morte, precisamos torcer que vamos respirar por muitos anos, até conquistar todos os nossos sonhos, objetivos e deixar a morte o mais longe possível. Mas, se queremos tanto respirar/viver, por que não cuidamos deste ato? É isso mesmo, sabemos da importância da respiração, mas a colocamos em modo automático e paramos de perceber quando estamos respiramos ou não. Se a respiração é tão importante, por que a negligenciamos tanto?
Sair do automático e nos perceber, isso sim é viver. É nos conectarmos conosco. Ter um momento para si. E para mim, a meditação cai como uma luva neste aprendizado. Ah, Marcele para! Você deve estar pensando, que meditação é algo para monges, que moram em colinas sem poluição. Mas você está enganado, esta prática está mais perto de você, do que imaginas. A meditação é um momento para você parar e contemplar. Contemplar seus pensamentos, sua vida, suas escolhas. É um momento seu. E isso podemos fazer em qualquer momento: na fila da lotérica, no trânsito, antes de dormir (sim, largue um pouco as redes sociais!) Para, assim, conseguirmos tomar as rédeas da nossa vida, pois sempre pensamos que são as situações externas que nos movem e não são. São nossos pensamentos, nossa própria mente que direciona nossa vida, e o que vamos ter dela. Está nas suas mãos e no seu nariz, a responsabilidade de sua vida.
Pesquisas mostram que meditar diminui os pensamentos repetitivos e desenvolve nosso cérebro para a resolução de problemas. É um treinamento mental para um novo olhar em relação a tudo. E se mesmo assim, você ainda não está querendo tirar esse tempinho. Vou te dar mais um motivo: a meditação diminui o stress, criando melhores adaptações nos momentos ruins da vida. Meditação é o ato de controlar a mente, desta forma, vai te ajudar nos momentos de ataques de raiva, tristeza. Agora, tenho certeza, que te instiguei um pouco, pelo menos, a começar a respirar com percepção e responsabilidade.
Então vamos lá, tire por dia cinco minutos para respirar/meditar. E comece contando cada respiração. Vá até o número 20, depois vá para o 30. Deixe os pensamentos virem, agradeça cada pensamentos e volte a contar as respirações. Nestas pequenas ações de respeito com nossa respiração, vamos ensinando nosso cérebro que temos o controle dos pensamentos e sabemos o que pode ou não entrar no nosso cérebro. É prática, mas tenho certeza, que você conseguirá. Depois me conte! Respire, por favor.