Há um ano, a cidade de Tubarão amanhecia com a notícia de que Joares Ponticelli (PP) e Caio Tokarski (União Brasil) haviam sido presos preventivamente na terceira fase da Operação Mensageiro.
Suspeitos de participação em um grandioso esquema de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo, os dois renunciariam aos cargos meses depois.
Nos autos, além de defender que Ponticelli e Tokarski eram “os mentores do esquema criminoso em Tubarão”, o órgão indicou que eles recebiam ‘mesadas’ de R$ 30 mil e ‘bônus esporádicos’ da Serrana Engenharia – hoje, Versa Engenharia Ambiental, empresa alvo das investigações.
Com a prisão dos gestores municipais, o então presidente da Câmara de Vereadores, Gelson Bento (PP) , foi convocado para assumir o comando do Poder Executivo. Na Casa Legislativa, Denis Matiola (PSDB) passou a ocupar a presidência.

Joares e Caio se tornaram réus no dia 27 de abril. Em maio, uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) foi instaurada na Câmara Municipal. Diversas testemunhas foram convocadas para depor aos vereadores. O relatório final da apuração foi enviado ao Ministério Público.
O primeiro a ter a liberdade restabelecida, mas, com medidas cautelares impostas, foi Joares Ponticelli. Ele deixou o Presídio Santa Augusta, em Criciúma, no dia 29 de junho.
Caio Tokarski só conseguiu voltar para a casa no dia 1° de setembro, também cumprindo medidas cautelares. Até então, as decisões contrárias sustentavam que sua liberdade causaria risco à ordem pública e que seu comportamento era de absoluta periculosidade social no âmbito da Operação Mensageiro.
No dia em que foi preso, Caio tinha em seu carro uma minuta para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), com objetivo de “investigar os investigadores” da Operação Mensageiro. Além disso, Tokarski chegou a cometer infrações na prisão. Em uma das oportunidades, portava objetos de uso proibido em sua cela, como uma carteira de cigarro, sete cigarros avulsos e um isqueiro.
Joares e Caio decidiram renunciar aos cargos de prefeito e vice-prefeito da Cidade Azul no dia 9 de julho. Uma eleição indireta foi convocada. Jairo Cascaes e Moisés Nunes foram os escolhidos para assumir as funções no Poder Executivo.
Sem foro privilegiado, Ponticelli e Tokarski tiveram seus processos declinados para a 1ª Vara Criminal da Comarca de Tubarão. Entretanto, todos os juízes da Comarca declararam suspeição e negaram atuar no processo. O caso inédito, inclusive, tem sido investigado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
Diante da negativa dos magistrados, o TJSC convocou a juíza Gabriella Matarello Calijorne Daimond Gomes, da 2ª Vara Criminal de Jaguaruna, para comandar o processo.
Os ex-chefes do Executivo tubaronense foram convocados e ouvidos, presencialmente, no dia 1º de setembro, na Sala do Júri, no Fórum de Tubarão. O Portal Infosul foi o único veículo de imprensa que registrou a chegada de Ponticelli para a audiência.
Nos dias atuais, o uso de tornozeleira eletrônica para Ponticelli e Tokarski continua sendo obrigatório. Eles também precisam respeitar o perímetro de monitoramento. Joares deve se limitar a Tubarão e Laguna. Caio, por sua vez, a Tubarão e Florianópolis. Ambos devem usar a BR-101 para o trânsito.














