O técnico George Santos, de 46 anos, terá a missão de reconduzir o Tubarão à segunda divisão do futebol catarinense. O profissional foi anunciado na última segunda-feira, dia 31, pelo gerente de futebol do clube, Nasareno Silva, durante entrevista coletiva.
Natural de Tucano, na Bahia, George iniciou sua trajetória como treinador na base do Naval, de Portugal, logo após pendurar as chuteiras. Em bate-papo exclusivo com a reportagem do Portal Infosul, o novo comandante do Peixe detalha a carreira e revela os motivos que o levaram a aceitar o desafio no Tubarão.
“Quando encerrei minha carreira como atleta, fui convidado para assumir uma equipe sub-20 em Portugal, pois já tinha realizado cursos lá. Depois, decidi voltar para o Brasil e seguir minha carreira aqui, quando assumi o sub-23 do Galícia, da Bahia”, conta.
Devido ao longo período em Portugal, onde defendeu três equipes como atleta (Naval, Academia OAF e Vitória FC), George Santos tem a famosa “escola portuguesa de técnicos” como sua principal referência na função.
“Saí muito cedo daqui e trabalhei com muitos treinadores qualificados. Tive o prazer de trabalhar com a comissão de Jorge Jesus, Carlos Carvalhal e Luís Norton de Matos. Também trabalhei com Artur Jorge, que foi selecionador nacional, José Peseiro e muitos outros. Outros trabalhei enfrentando-os. Um que me marcou muito foi José Mota, que não é tão conhecido aqui no Brasil, mas era muito difícil de enfrentar”, disse.

George Santos conta que foi atleta de Nasareno Silva e que ambos construíram uma parceria de muito “respeito e profissionalismo”. Eles colecionam diversos trabalhos juntos e terão mais um desafio pela frente.
“Nós trabalhamos juntos no Hercílio Luz, UNIRB, Concórdia e Juazeiro. Foram trabalhos muito bons, onde na maioria das vezes Nasareno assumia o papel de head coach”, lembra.

Sobre sua passagem pelo Hercílio Luz, entre 2017 e 2018, George lembra que vários atletas que estavam no elenco atualmente estão em equipes da Série B do Brasileiro e até fora do país, como os casos do volante Léo Costa, atualmente no Criciúma, e o atacante Moisés, negociado pelo Fortaleza com o Cruz Azul, do México.
“Fui convidado para qualificar o trabalho e elevar o nível dos atletas. O grupo tinha atletas que vinham de um momento não muito bom na carreira. Minha vinda foi com esse intuito. Conseguimos elevar o nível de muitos atletas, tanto que depois vários deles conseguiram rumar para equipes maiores e dar continuidade às suas carreiras. O principal objetivo foi alcançado no primeiro ano”, disse.
A passagem pelo Hercílio encerrou-se com a saída de Nasareno Silva.
No Tubarão, George vai reencontrar Tom. No Aníbal Costa, eles trabalharam indiretamente – George fazia parte do profissional e Tom das categorias de base. Juntos, eles têm um único objetivo: o acesso.
“O convite para assumir o Tubarão partiu de Nasareno. Temos um só objetivo, que é o acesso. Ele conhece de perto minha maneira de trabalhar, os princípios e a metodologia. Isso não é garantia de sucesso, mas damos um passo largo quando já conhecemos todo o processo que é feito para alcançar o objetivo que visa o clube, que é o acesso. Não passa por outro motivo. Conheço a cidade e o Tubarão e, por tudo que representa, merece estar em condições melhores”, enfatiza.
George também revela a expectativa do novo desafio. “A expectativa é o acesso. Sabemos das dificuldades, mas vamos trabalhar para diminuí-las. Sabemos da responsabilidade e da representatividade que o clube tem perante a cidade. O torcedor é muito participativo. Tudo isso é um plus para estarmos trabalhando para conseguir o acesso”, disse.
Sobre suas características, o novo treinador do Peixe afirma que é necessário se adaptar aos atletas. “Temos que ser como camaleões nessa função. Temos que nos adaptar aos protagonistas maiores, que são os atletas. No dia a dia, influencia muito o que a equipe almeja”, pontua.
O novo comandante também fala sobre o mapeamento de atletas. “Estamos sempre assistindo jogos, mapeando e anotando. Sabemos da qualidade do Campeonato Catarinense, independentemente da divisão. O mercado catarinense oferece oportunidades que outros mercados não oferecem. Temos times das Séries B, C e D. É um atrativo para seduzir atletas. Esse mapeamento fica por conta do diretor de futebol. Nós da comissão técnica avaliamos. Temos que montar a melhor equipe para atingir os objetivos”, conta.

George Santos também fala sobre o torcedor do Tubarão. “Sei que a torcida é bastante vibrante e gosta de ver a equipe jogar de forma ofensiva. A torcida joga junto, acompanha o ritmo e tem uma energia muito forte”, elogia. Por fim, ele deixa um recado. “Que eles (torcedores) sejam eles mesmos. Quando enfrentei o Tubarão, ou até mesmo assisti aos jogos, vi que os torcedores influenciam bastante no jogar da equipe. Nossa comissão vai fazer o máximo para proporcionar um jogo de qualidade e que resgate essa simbiose entre clube e torcida”, completa.
A apresentação do elenco está prevista para o próximo dia 7 de agosto. Na estreia da Série C, o Tubarão enfrenta o Blumenau, no dia 10 de setembro, no Ervin Blaese, em Indaial. O primeiro compromisso em casa está marcado para o dia 17, contra o Baruch Imbituba, no Domingos González.