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ESPAÇO DO LEITOR: Crise no PSL: O LIVRES estava certo em pular fora

infosul

20 de outubro de 2019

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Imagem: Reprodução

A crise interna do PSL não me surpreende nem um pouco, era um atrito anunciado, fruto de um “casamento arranjado”, sem amor. Importante notar que a despeito de retóricas vazias de nova política – expressão que particularmente detesto – o partido se prestou ao papel máximo de legenda de aluguel com a entrada de Bolsonaro para concorrer às eleições. Claro que isso foi um arranjo pragmático, no sentido que de Bolsonaro não poderia, devido à nossa legislação, concorrer sem partido, e, Luciano Bivar viu nisso uma oportunidade.

Antes de se tornar a casa do atual presidente o partido era um nanico de irrelevância tal que se me dissessem que em pouco tempo se tornaria, para o bem ou para o mal, uma das legendas mais importantes no cenário político brasileiro, eu duvidaria. O que havia de relevante então, dentro do PSL, era o LIVRES, um movimento liberal que visava promover uma modernização no partido, tornando-o uma alternativa liberal ao próprio NOVO.

Há quem crucifique o LIVRES por terem optado por abandonar o PSL no momento da filiação de Bolsonaro. Não concordo com esta crítica e penso que os desdobramentos recentes provam que o movimento agiu corretamente, e, apesar do que podem dizer, com pragmatismo.

Só vê ingenuidade na atitude dos membros do LIVRES quem encara liberalismo por uma perspectiva exclusivamente econômica. Quem não tem esse vício consegue ver que Bolsonaro e LIVRES são como água e vinho, e não há Paulo Guedes que mude isso. O movimento simplesmente optou por não se associar à época com alguém com histórico de defesa de coisas antiliberais como a tortura e a ditadura. Além do mais, como seria a relação dos integrantes do movimento com a ala bolsonarista, se tivessem permanecido no partido considerando pautas como a defesa da legalização da maconha ou mesmo do aborto?

Notem, no entanto, que todas as pautas econômicas como a reforma da previdência, a MP da Liberdade Econômica e a agenda de privatizações têm encontrado apoio e endossamento, não só do LIVRES, mas de todos os demais liberais que são críticos de Bolsonaro. A crítica ressentida que vem do bolsonarismo de que esses liberais são “esquerdistas” não se ampara na realidade.

Mas é preciso ser justo aqui. O PSL deve muito mais ao capital político de Bolsonaro do que o contrário. O partido foi inflado, elegendo a segunda maior bancada do congresso pelo fator Bolsonaro. Diante disso, o presidente pode ter pensado que teria maior controle sobre a legenda. Por sua vez, o PSL não parece disposto a aceitar Bolsonaro como um líder autocrático e seus quadros não parecem estar dispostos a baixar a cabeça para tudo. Parece bem evidente que parte do problema foram as celeumas entre alguns membros do partido e os filhos do presidente, e todos sabem que “ai de quem” falar mal dos pimpolhos. Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro foram destituídos dos comandos dos diretórios do partido no Rio e em São Paulo, por exemplo.

Para o povo, a relevância das intrigas do partido do presidente e suas possíveis consequências – como uma mudança de partido – gira em torno do fator governabilidade, afinal, se o presidente não conseguir ter uma base coesa dentro do próprio partido, o que esperar dos demais? A obstrução do PSL, em conjunto com partidos de oposição, da MP 886 que versa sobre a reforma administrativa evidencia o tipo de problema que pode surgir. Aguardemos os desdobramentos dessa novela.

Gabriel Wilhelms

 

Esse texto é de responsabilidade do autor e não necessariamente expressa a linha editorial deste portal. Esse espaço é dedicado aos leitores do Infosul. Todos que quiserem escrever um artigo e fazer a publicação no Infosul podem enviar a solicitação para o e-mail: redacao@portalinfosul.com.br. 

 

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A crise interna do PSL não me surpreende nem um pouco, era um atrito anunciado, fruto de um “casamento arranjado”, sem amor. Importante notar que a despeito de retóricas vazias de nova política – expressão que particularmente detesto – o partido se prestou ao papel máximo de legenda de aluguel com a entrada de Bolsonaro para concorrer às eleições. Claro que isso foi um arranjo pragmático, no sentido que de Bolsonaro não poderia, devido à nossa legislação, concorrer sem partido, e, Luciano Bivar viu nisso uma oportunidade.

Antes de se tornar a casa do atual presidente o partido era um nanico de irrelevância tal que se me dissessem que em pouco tempo se tornaria, para o bem ou para o mal, uma das legendas mais importantes no cenário político brasileiro, eu duvidaria. O que havia de relevante então, dentro do PSL, era o LIVRES, um movimento liberal que visava promover uma modernização no partido, tornando-o uma alternativa liberal ao próprio NOVO.

Há quem crucifique o LIVRES por terem optado por abandonar o PSL no momento da filiação de Bolsonaro. Não concordo com esta crítica e penso que os desdobramentos recentes provam que o movimento agiu corretamente, e, apesar do que podem dizer, com pragmatismo.

Só vê ingenuidade na atitude dos membros do LIVRES quem encara liberalismo por uma perspectiva exclusivamente econômica. Quem não tem esse vício consegue ver que Bolsonaro e LIVRES são como água e vinho, e não há Paulo Guedes que mude isso. O movimento simplesmente optou por não se associar à época com alguém com histórico de defesa de coisas antiliberais como a tortura e a ditadura. Além do mais, como seria a relação dos integrantes do movimento com a ala bolsonarista, se tivessem permanecido no partido considerando pautas como a defesa da legalização da maconha ou mesmo do aborto?

Notem, no entanto, que todas as pautas econômicas como a reforma da previdência, a MP da Liberdade Econômica e a agenda de privatizações têm encontrado apoio e endossamento, não só do LIVRES, mas de todos os demais liberais que são críticos de Bolsonaro. A crítica ressentida que vem do bolsonarismo de que esses liberais são “esquerdistas” não se ampara na realidade.

Mas é preciso ser justo aqui. O PSL deve muito mais ao capital político de Bolsonaro do que o contrário. O partido foi inflado, elegendo a segunda maior bancada do congresso pelo fator Bolsonaro. Diante disso, o presidente pode ter pensado que teria maior controle sobre a legenda. Por sua vez, o PSL não parece disposto a aceitar Bolsonaro como um líder autocrático e seus quadros não parecem estar dispostos a baixar a cabeça para tudo. Parece bem evidente que parte do problema foram as celeumas entre alguns membros do partido e os filhos do presidente, e todos sabem que “ai de quem” falar mal dos pimpolhos. Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro foram destituídos dos comandos dos diretórios do partido no Rio e em São Paulo, por exemplo.

Para o povo, a relevância das intrigas do partido do presidente e suas possíveis consequências – como uma mudança de partido – gira em torno do fator governabilidade, afinal, se o presidente não conseguir ter uma base coesa dentro do próprio partido, o que esperar dos demais? A obstrução do PSL, em conjunto com partidos de oposição, da MP 886 que versa sobre a reforma administrativa evidencia o tipo de problema que pode surgir. Aguardemos os desdobramentos dessa novela.

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