PLENÁRIO VAZIO
Em Tubarão, as sessões têm começado com uma modalidade esportiva involuntária: o “esconde-esconde parlamentar”. A cada semana, um novo sumiço.
O roteiro é conhecido — basta abrir a transmissão para ver que cadeira ocupa mais espaço do que vereador.
São 15 parlamentares, mas nesta segunda-feira, 8 de dezembro, em dado momento, apenas cinco estavam presentes no plenário.
E o argumento? Sempre o mesmo: “estava atendendo”.
Bom seria se atendessem também ao dever básico de ouvir seus pares.
Convenhamos: existe apenas um dia dedicado ao debate público da cidade. E, ainda assim, há quem trate esse momento como item opcional da agenda.
Quando o plenário esvazia, o debate murcha junto.
INCOERÊNCIA
Sem entrar no mérito da proposta de cotas raciais apresentada pelo vereador Matheus Madeira (PT), a postura da base ao aprovar uma série de emendas causa estranheza.
Pode não ter sido intencional, mas a impressão transmitida foi de tentativa de ridicularizar o projeto — e o proponente — perante a população.
Faltou coerência: os mesmos que votaram para ampliar o percentual de cotas foram os que, minutos depois, rejeitaram a proposição inteira.
O autor sugeriu retirar o projeto da pauta do dia para discutir ajustes, mas só um vereador topou conversar. O restante preferiu manter o curso e carimbar o arquivamento.

COLETA DE LIXO NA CONTRAMÃO
Há meses a Cidade Azul vive um caos na coleta de lixo — e quando parece que não dá para piorar, sempre dá.
Agora, além do atraso crônico no recolhimento de resíduos, caminhões resolveram inovar no conceito de “mobilidade urbana”: trafegam e estacionam… na contramão.
A imagem, registrada na rua Aldo Hülse, no Andrino, onde a via já sofre com obras e fluxo complicado, dispensa explicações.
Nada justifica a manobra. Além de perigosa, fere o Código de Trânsito Brasileiro.
É preciso esperar um acidente para descobrir que contramão não é pista extra?
A SOBERBA PRECEDE A QUEDA
Há quem tenha confundido nomeação com coroação.
Impressiona – ou não – a velocidade com que alguns comissionados, recém-chegados ao “poder”, já caminham como se o tapete vermelho fosse parte do mobiliário da prefeitura.
Curioso notar: aqueles que, até outro dia, apontavam o dedo para a “arrogância alheia” são justamente os que hoje sobem no salto com mais pressa.
Na política, tudo muda — e geralmente muda antes que o salto firme no chão.
SLOGANS SÃO BONITOS… ATÉ VIRAR ESPELHO
Muitos adotaram o famoso “Deus, Pátria e Família” como mantra de campanha, surfando a maré de popularidade nacional.
Mas slogans, como princípios, exigem coerência.
Nem todo peixe serve para pescar — especialmente quando o pescador tem aliança na mão esquerda.















