Quinta-feira, 02 de Maio de 2024
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Em Tubarão, disputa indireta pelo Paço Municipal ganha novos personagens

Sem consenso na base governista, um nome de fora pode ser abraçado para o pleito inédito. Com isso, a oposição ganha força e o duelo será de gigantes.
Lucas Vieira

15 de julho de 2023

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Depois de muito pensar e refletir, decidi voltar com minha coluna. A última foi escrita em 2020. Faz tempo. Muita coisa mudou. Aliás, continua mudando.

Em Tubarão, por exemplo, as páginas da história que antes eram escritas com brilho em linhas suaves, hoje são manchadas por escândalos em folhas amassadas.

O início do fim?

Não é uma novidade, mas é importante contextualizar: após serem presos em fevereiro, Joares Ponticelli (PP) e Caio Tokarski (União Brasil) decidiram neste último dia 9 de julho, renunciar à Prefeitura de Tubarão.

A decisão parece ser estratégica. Pois, sem a prerrogativa do foro privilegiado, o julgamento dos políticos deixou de ser competência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e passou a ser de responsabilidade da 1ª Vara Criminal da Comarca de Tubarão.

Inclusive, vale ressaltar que nesses quase cinco meses, apenas Ponticelli (depois de muitas tentativas) conseguiu substituir sua prisão preventiva por medidas cautelares. Tokarski, por sua vez, permanece preso.

Eleição Indireta

Pela primeira vez na história, Tubarão terá uma eleição indireta para definir os novos gestores da cidade.

A população não será convocada às urnas. Somente os vereadores votam.

As regras que vão definir o pleito serão apresentadas na segunda-feira, dia 17, durante sessão ordinária na Câmara Legislativa.

Engana-se quem acha que tudo já está definido.

Possíveis candidatos e apoios

Qualquer pessoa, desde que atenda aos critérios que serão apresentados, vai poder concorrer às vagas.

Há, por lógico, o interesse em manter alguém do time de Joares e Caio no governo. Gelson Bento (PP), Jairo Cascaes (PSD), Maurício da Silva (PP) e Zaga Reis (PP) querem disputar.

Observa-se, portanto, que a base governista não está alinhada. E, como não há consenso, a alternativa deve vir de fora: Carlos Moisés (Republicanos).

As negociações para eleger o ex-governador já iniciaram. Joares Ponticelli, aos que não estão lembrados, na última eleição, deixou de apoiar o correligionário Esperidião Amin para coordenar a campanha de Moisés na cidade.

Os deputados estaduais Pepê Collaço (PP) e Júlio Garcia (PSD) também apoiam essa candidatura. Eles enxergam no ex-governador a possibilidade de manter o alinhamento político em uma das cidades mais importantes de Santa Catarina. Por isso, devem trabalhar para eleger Moisés agora e também em 2024.

Oposição pode surpreender

Se por um lado a base governista disputa internamente para concorrer ao pleito, no outro lado a história é diferente.

Dos poucos opositores assumidos, apenas José Luiz Tancredo (MDB) parece articular para conquistar o voto daqueles que, nas entrelinhas, têm demonstrado insatisfação enquanto situação.

O parlamentar, por anos tem denunciado possíveis irregularidades no Poder Executivo, e agora tem utilizado isso em seu favor.

Dois grandes nomes tendem apoiar a eleição do emedebista: Estêner Soratto da Silva Júnior (PL), chefe da Casa Civil de Santa Catarina; e Volnei Weber (MDB), deputado estadual.

Cenário de gigantes

Ainda que surjam outros candidatos, confirmados os nomes de Moisés e Tancredo, a disputa ficará entre eles.

Seria uma prévia para 2024?

Indefinições até nas regras

Muito tem se especulado do que pode ou não, juridicamente, em uma eleição indireta. Eu, particularmente, acredito que o regramento válido seja o mesmo de uma disputa tradicional, previsto na Lei Complementar 64/90.

Neste caso, porém, os vereadores que antes estavam ocupando secretarias e que desejam participar da disputa, estariam inelegíveis. Isso porque a legislação exige a desincompatibilização do cargo, no mínimo, quatro meses antes da eleição.

“Ah, mas ninguém iria imaginar que uma situação dessa fosse acontecer”, podem argumentar.

Desculpa, com todo respeito e admiração que tenho por cada um, mas o vereador é eleito para ser vereador; para fiscalizar o Executivo. Quando ele abre mão dessa função para ocupar um cargo no governo, automaticamente abdica da confiança que lhe foi depositada no voto. Portanto, deve ter ciência do ônus e bônus.

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Sem consenso na base governista, um nome de fora pode ser abraçado para o pleito inédito. Com isso, a oposição ganha força e o duelo será de gigantes.
Lucas Vieira

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Depois de muito pensar e refletir, decidi voltar com minha coluna. A última foi escrita em 2020. Faz tempo. Muita coisa mudou. Aliás, continua mudando.

Em Tubarão, por exemplo, as páginas da história que antes eram escritas com brilho em linhas suaves, hoje são manchadas por escândalos em folhas amassadas.

O início do fim?

Não é uma novidade, mas é importante contextualizar: após serem presos em fevereiro, Joares Ponticelli (PP) e Caio Tokarski (União Brasil) decidiram neste último dia 9 de julho, renunciar à Prefeitura de Tubarão.

A decisão parece ser estratégica. Pois, sem a prerrogativa do foro privilegiado, o julgamento dos políticos deixou de ser competência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e passou a ser de responsabilidade da 1ª Vara Criminal da Comarca de Tubarão.

Inclusive, vale ressaltar que nesses quase cinco meses, apenas Ponticelli (depois de muitas tentativas) conseguiu substituir sua prisão preventiva por medidas cautelares. Tokarski, por sua vez, permanece preso.

Eleição Indireta

Pela primeira vez na história, Tubarão terá uma eleição indireta para definir os novos gestores da cidade.

A população não será convocada às urnas. Somente os vereadores votam.

As regras que vão definir o pleito serão apresentadas na segunda-feira, dia 17, durante sessão ordinária na Câmara Legislativa.

Engana-se quem acha que tudo já está definido.

Possíveis candidatos e apoios

Qualquer pessoa, desde que atenda aos critérios que serão apresentados, vai poder concorrer às vagas.

Há, por lógico, o interesse em manter alguém do time de Joares e Caio no governo. Gelson Bento (PP), Jairo Cascaes (PSD), Maurício da Silva (PP) e Zaga Reis (PP) querem disputar.

Observa-se, portanto, que a base governista não está alinhada. E, como não há consenso, a alternativa deve vir de fora: Carlos Moisés (Republicanos).

As negociações para eleger o ex-governador já iniciaram. Joares Ponticelli, aos que não estão lembrados, na última eleição, deixou de apoiar o correligionário Esperidião Amin para coordenar a campanha de Moisés na cidade.

Os deputados estaduais Pepê Collaço (PP) e Júlio Garcia (PSD) também apoiam essa candidatura. Eles enxergam no ex-governador a possibilidade de manter o alinhamento político em uma das cidades mais importantes de Santa Catarina. Por isso, devem trabalhar para eleger Moisés agora e também em 2024.

Oposição pode surpreender

Se por um lado a base governista disputa internamente para concorrer ao pleito, no outro lado a história é diferente.

Dos poucos opositores assumidos, apenas José Luiz Tancredo (MDB) parece articular para conquistar o voto daqueles que, nas entrelinhas, têm demonstrado insatisfação enquanto situação.

O parlamentar, por anos tem denunciado possíveis irregularidades no Poder Executivo, e agora tem utilizado isso em seu favor.

Dois grandes nomes tendem apoiar a eleição do emedebista: Estêner Soratto da Silva Júnior (PL), chefe da Casa Civil de Santa Catarina; e Volnei Weber (MDB), deputado estadual.

Cenário de gigantes

Ainda que surjam outros candidatos, confirmados os nomes de Moisés e Tancredo, a disputa ficará entre eles.

Seria uma prévia para 2024?

Indefinições até nas regras

Muito tem se especulado do que pode ou não, juridicamente, em uma eleição indireta. Eu, particularmente, acredito que o regramento válido seja o mesmo de uma disputa tradicional, previsto na Lei Complementar 64/90.

Neste caso, porém, os vereadores que antes estavam ocupando secretarias e que desejam participar da disputa, estariam inelegíveis. Isso porque a legislação exige a desincompatibilização do cargo, no mínimo, quatro meses antes da eleição.

“Ah, mas ninguém iria imaginar que uma situação dessa fosse acontecer”, podem argumentar.

Desculpa, com todo respeito e admiração que tenho por cada um, mas o vereador é eleito para ser vereador; para fiscalizar o Executivo. Quando ele abre mão dessa função para ocupar um cargo no governo, automaticamente abdica da confiança que lhe foi depositada no voto. Portanto, deve ter ciência do ônus e bônus.

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