Já faz um bom tempo que musculação deixou de ser uma atividade associada exclusivamente ao sexo masculino. A modalidade proporciona muitos benefícios também ao público feminino, como a perda de peso e redução da gordura corporal. Ainda melhora os sintomas da menopausa e funciona como prevenção e tratamento da osteoporose. Até gestantes podem e devem praticar, desde que não haja restrições médicas.
Como outros exercícios físicos, a musculação melhora o metabolismo energético e a saúde cardiovascular, reduzindo a predisposição para Hipertensão e até mesmo Acidente Vascular Cerebral (AVC); aumenta o condicionamento físico; e tem efeitos positivos sobre o sono. Além disso emagrece, melhora o humor e a autoestima.
Até a década de 1990, muitas mulheres temiam a hipertrofia (ganho de massa muscular), que hoje em dia é buscada por boa parte delas. A atividade era até contraindicada para adolescentes e idosos, por exemplo. Esse panorama mudou e hoje, estudos comprovam os benefícios da musculação em todos os públicos, contribuindo para mudar a percepção sobre a modalidade.
Apesar de ser indicada para jovens, mulheres e idosos, talvez ainda não esteja claro para a população em geral que, além do aspecto estético, a musculação é essencial na promoção de saúde.
Não precisa ter medo de ficar “grande”
Mulheres, acalmem seus corações, pois, dificilmente se desenvolverão como os homens, que têm muito mais ganho absoluto de massa muscular e força devido à produção de testosterona ser até dez vezes maior. Desta forma, o medo de ficar com os braços muito grandes, por exemplo, não se justifica.
Desde que haja uma boa orientação por um profissional de Educação Física devidamente capacitado, não há contraindicações para a prática, já que os treinos são adaptáveis às condições e necessidades de cada um: jovens, adultas, idosas e até gestantes podem fazer musculação.
É sempre indicada uma avaliação prévia e, dependendo da condição, fazer uma prescrição especial. Idosos costumam ter mais dores articulares ou na coluna mas, sempre há algo possível de realizar, adaptando de acordo com a necessidade e a orientação médica – completa.
Diferença entre homens e mulheres
Na prática, não há distinção entre musculação masculina e feminina. Os exercícios são os mesmos para ambos os sexos. O que muda é a preferência pelos grupamentos musculares a serem trabalhados. Mulheres tendem a optar por exercícios para membros inferiores, enquanto homens são mais adeptos daqueles que trabalham braços, costas e peitoral.
Mulheres acabam deixando a desejar nos exercícios para membros superiores, muitas vezes por medo de crescerem demais ficarem com aspecto masculinizado (que geralmente é associado ao uso de esteroides anabolizantes). Mas é importante fazer um treinamento geral, que intercale membros inferiores e superiores, garantindo um desenvolvimento harmônico. O não fortalecimento da musculatura superior pode acarretar, inclusive, desvios posturais. Cabe ressaltar ainda, que para alcançar o ganho de massa muscular efetivo é preciso um treino direcionado para esse objetivo e uma alimentação direcionada.
Não precisa treinar com mesmo volume de exercícios e intensidade dos membros inferiores, se esse não é o objetivo da mulher. Mas é preciso incluir os membros superiores e tronco. Poucos exercícios realizados de forma adequada já servem para alcançar o tônus e preservar a massa muscular, que vai sendo perdida com o tempo a partir dos 35 anos.
10 motivos para convencê-las a praticar musculação
1. Melhora da composição corporal (aumento de massa muscular e redução de gordura corporal), promovendo ganhos estéticos já que estes fatores contribuem para a redução da flacidez e até das celulites. Nesse processo, ocorre a melhora da qualidade de vida pela melhora da funcionalidade nas tarefas do dia a dia. O fortalecimento da musculatura ajuda a proteger e poupar as articulações, e melhorar a postura, reduzindo dores na coluna, por exemplo;
2. Preservação da massa muscular e óssea. A musculação pode atenuar o quadro, retardando o processo de envelhecimento. É disparada a melhor modalidade no tratamento e prevenção da sarcopenia (processo natural e progressivo de perda de massa muscular) e osteoporose (processo natural e progressivo de desmineralização óssea).
3. Otimização de parâmetros bioquímicos, como perfis lipídico, glicêmico e inflamatório;
4. Melhora da pressão arterial, ajudando inclusive quem sofre com hipertensão;
5. Diminuição da ansiedade e do estresse;
6. Melhora da qualidade do sono e redução da insônia;
7. Ganhos em condicionamento físico;
8. Aumento do bem-estar e do bom humor, uma vez que também promove liberação de endorfina e serotonina;
9. Impactos positivos sobre a prevenção e o tratamento de câncer. Reforçando que, quando a pessoa já está em tratamento contra a doença, é necessário conversar com o médico que acompanha o caso para ter a liberação e recomendação adequada para a prática de atividades físicas em geral, incluindo musculação;
10. Aumento da longevidade, uma vez que a atividade está relacionada à redução dos fatores de risco para doenças crônicas como diabetes e problemas cardiovasculares.
Texto: Ronan Oliveira Gonçalves
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