A Polícia Civil de Santa Catarina identificou 130 bolsistas com patrimônio milionário entre os beneficiários do programa Universidade Gratuita, voltado a estudantes em situação de vulnerabilidade.
Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) apontou 18.383 cadastros com indícios de irregularidades em 2024 — metade do total de inscrições. Entre os casos analisados, 832 estudantes declararam renda superior a R$ 1 milhão, o que contraria os critérios do programa, que exige renda per capita de até quatro salários mínimos, ou oito no caso de medicina.
Mesmo diante das evidências, o Tribunal de Justiça de SC negou o pedido da polícia para buscas nas residências dos suspeitos, que visavam reunir provas do patrimônio real dos beneficiários. A corporação também identificou uso de CPFs de familiares falecidos, vínculos empregatícios duvidosos e divergências de dados com o CadÚnico.
As bolsas dos programas Universidade Gratuita e Fumdesc são financiadas pelo Estado e custeiam o ensino superior em instituições comunitárias e privadas.